O Gartner afirma que os líderes de TI e de Analytics estão vivendo em um mundo de 50%, passando metade do tempo no mundo tradicional e a outra metade no mundo emergente. Apesar da ascensão do comércio digital, as tarefas tradicionais de Business Intelligence (BI) e armazenamento de dados permanecem mais importantes do que nunca, o que significa que os grandes líderes devem abordar os dois lados de TI e de Analytics.
"Líderes de TI e de Analytics não devem cair na armadilha de tentar equilibrar exigências opostas, ou de escolher entre elas. Em ambos os casos, perderão, independentemente da escolha que fizerem ou do equilíbrio que obtiverem. Ao invés disso, eles devem procurar maneiras de abordar ambos os lados do problema por meio de um processo de síntese", afirma Frank Buytendijk, Vice-Presidente e Analista Renomado do Gartner.
O Gartner identificou três dilemas-chave que são vivenciados por líderes de TI e de Analytics:
Modelos centralizados versus descentralizados
Muitos líderes de TI e de Analytics estão se esforçando para encontrar o equilíbrio correto entre modelos organizacionais centralizados e descentralizados. Tradicionalmente, o trabalho é feito por uma única equipe de BI, com o armazenamento de dados empresariais responsáveis por toda a integração de informações, e relatórios da organização criados para garantir uma "única versão da verdade". No entanto, esta consistência também pode criar um gargalo. Os usuários comerciais agora exigem um empoderamento descentralizado, em que indivíduos e grupos de trabalho possam integrar, analisar e relatar seus próprios dados. O desafio passa a ser uma questão de como permitir uma BI descentralizada, mas sem sacrificar a consistência e a integridade das informações.
"Modelos organizacionais devem ser centralizados e descentralizados. A equipe unificada de BI precisa empoderar as equipes locais para que elas possam analisar dados sozinhas. Como resultado, os líderes de TI e de Analytics devem abraçar o conceito de TI bimodal", afirma João Tapadinhas, Diretor de Pesquisas do Gartner.
TI bimodal é a prática de gerenciar dois modelos separados e coerentes de TI, um deles (Modo 1) focado na estabilidade e o outro (Modo 2) focado na agilidade. O TI bimodal leva a menos trabalho, e não a mais. O que é chamado de "exceção" no Modo 1 recebe o nome de "fluido" no Modo 2. Ao eliminar as exceções do Modo 1 e levá-las ao autoatendimento, o Gartner estima que quase metade dos relatórios sejam utilizados somente quando necessário. Isso faz com que a operação no Modo 1 seja muito mais rentável, removendo o gargalo e permitindo que o que foi economizado seja investido no Modo 2.
Certezas existentes versus novas oportunidades
Líderes de TI e de Analytics estão se esforçando para escolher entre a certeza e a necessidade de completar o registro dos casos de uso atuais e as oportunidades inovadoras oferecidas pelo negócio digital – mas com altos níveis de risco e incerteza.
Casos de negócio incertos com novas tecnologias geram resultados arriscados, mas também oportunidades imensas. A BI tradicional é concebida tendo em vista a certeza. Muitas organizações ainda têm um registro de trabalho de BI que cobre facilmente três anos ou mais, e sempre haverá uma necessidade de relatórios de gestão padrão e informações integradas. Ao mesmo tempo, existe a ameaça de que o desempenho comercial e o retorno em iniciativas de BI se reduzam lentamente, se não houver inovação.
"Não há dúvidas de que decisões importantes devam ser tomadas, mas uma maneira de manter as opções em aberto é dividir os compromissos ao longo do tempo. Em relação à BI, não é necessário começar pensando em arquitetura, escolhas de ferramentas empresariais e estratégias tecnológicas. Em vez disso, é melhor iniciar usando as ferramentas de dados já disponíveis", afirma Donald Feinberg, Vice-Presidente e Renomado Analista do Gartner.
Proteger dados versus compartilhá-los
Inércia, mudanças e resistência humana ao novo estão reduzindo a capacidade das empresas de obter mais de seus dados. Carreiras foram construídas em torno da proteção de dados, mas os novos modelos comerciais dizem respeito ao compartilhamento de informações. No mundo do comércio digital, a informação se tornou o principal recurso de organizações em localidades e setores diferentes. Na maioria dos casos, a informação é o fluxo primário, seguido de bens e serviços e do fator financeiro.
Com o comércio digital, a tecnologia se tornou parte de todos os produtos e serviços. Conforme ele se torna mais presente, a recusa em compartilhar informações começa a reduzir o sucesso do empreendimento. No negócio digital, carreiras resultam do crescimento e da inovação, o que exige transparência e vontade de compartilhar informações. Se a política for um caminho para o crescimento da carreira, encontrar meios para usar informações de maneira agressiva pode levar a novas oportunidades. Para líderes de TI e de Analytics, o sentido politicamente inteligente é olhar para o futuro. Por esse motivo, um dos novos papéis mais influentes é o de Chief Data Officer (CDO).
"Ser um CDO é como ser um CFO (Chief Financial Officer). O CFO cuida de alguns processos, como a tesouraria e a consolidação financeira. Ele também tem a responsabilidade de orientar a empresa sobre como utilizar melhor seu capital, mas é a empresa que detém esse recurso. De modo semelhante, o CDO cuida de alguns temas, como a gestão de dados de conformidade e dados mestre, e tem a responsabilidade de orientar a empresa sobre como utilizar melhor sua informação, mas é a empresa que a detém. Deste modo, o CDO ajuda a resolver o dilema entre compartilhar e proteger. Do um ponto de vista organizacional, a informação é compartilhada e protegida ao mesmo tempo, por meio de uma boa divisão de tarefas", afirma Frank Buytendijk,
A necessidade de superar a fronteira analítica foi o tema da palestra de abertura da Conferência Gartner Business Intelligence, Analytics & Information Management, que está acontecendo esta semana no Sheraton São Paulo WTC Hotel.