segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Em TI, tanto salários quanto investimentos em treinamentos estão em ascensão, aponta pesquisa

Pesquisa realizada dentro do universo de organizações membras da Society for Information Management (SIM) traz uma boa notícia para profissionais de TI, das equipes até os CIOs: os salários da área estão em ascensão, enquanto as empresas estão investindo mais dinheiro em treinamentos e os orçamentos de TI continuam a aumentar.

Essas são as conclusões do 34 º Estudo de Tendências em TI da SIM para 2013. A pesquisa foi realizada com 650 membros da organização, de modo que três quartos dos entrevistados se classificam como o mais alto cargo de TI dentro de sua companhia.

“É um bom momento para ser um geek: os salários estão aumentando e os gastos com treinamento também – o que é normalmente um sinal de que empregadores tentam manter seus profissionais – e vemos um volume de negócios crescente, sinal de um mercado de trabalho de TI saudável”, avalia o professor norte-americano da faculdade de Negócios da Universidade do Norte do Texas, Leon Kappelman, especialista em gerenciamento de TI que liderou o estudo.

O pesquisador realça que, cada vez mais, os jovens profissionais de TI receberão de duas a três ofertas de empregos já com altos salários aos 22 ou 23 anos. “É um bom momento para estar no mercado de trabalho”, destaca o pesquisador.

Reforçando esta constatação, 20% dos líderes de TI entrevistados afirmaram que a escassez de competências entre esses jovens é preocupante. Esses resultados confirmam uma recente pesquisa, realizada pela empresa de recursos humanos TEKsystems, que constatou que a maioria dos CIOs esperam ver os orçamentos de TI e os salários dos funcionários da área subirem em 2014.

Além de melhores perspectivas de emprego para os recém-chegados ao mercado de trabalho de tecnologia, o estudo também encontrou vários sinais de que os CIOs estão obtendo sucesso em realizar algo que os executivos de negócio demandam há tempo: trazer um foco de negócios para operações de TI. A pesquisa mostra que 45% dos CIOs agora reportam ao CEO, 27% ​​para o CFO e 9% para um executivo de unidade de negócio. E, reforçando uma tendência em queda, apenas 14% dos CIOS ainda reportam ao COO.

Enquanto isso, metade dos 160 CIOs, ao responderem a uma pergunta opcional do estudo, disseram reunir com o CEO ou CFO semanalmente, enquanto a maioria afirma fazê-lo mensalmente. Além disso, 82% dos CIOs classificaram a qualidade dessas interações com CEOs ou CFOs como sendo “muito positiva” ou “altamente positiva”.

“A TI está cada vez mais focada no cliente e isso é uma das minhas maiores considerações ao olhar para vários constatações do estudo, incluindo essa”, relatou Kappelman. Mesmo assim, os CIOs ainda enfrentam um problema de percepção em relação CEOs e CFOs. O especialista citou estudos realizados por organizações profissionais que servem CEOs e CFOs, que apontam que 80% dos executivos ainda não veem isso como um diferencial competitivo para o seu negócio.

Curiosamente, a pesquisa da SIM também observou que as métricas usadas para avaliar o sucesso dos projetos internos de TI são referentes a projetos entregues dentro do prazo (66% dos entrevistados), projetos entregues dentro do orçamento (50%), aumento de satisfação clientes (33%), atendimento de acordos de nível de serviço (30%), e melhorias de produtividade (29%). Em classificação muito mais baixa na lista, aparecem projetos referentes a: aumento do número de produtos e serviços (13%), a criação de ideias inovadoras (12%) e contribuição para o crescimento da receita (7%).

“Portanto, a mensagem para a gerência sênior é: parem de reclamar que a TI não é estratégica e comecem a mudar seus incentivos”, enfatizou o pesquisador.

Pela primeira vez, o estudo anual da SIM não questionou os CIOs apenas sobre as questões de gestão focadas em TI que são mais importantes para eles ou os seus negócios, mas sim sobre as questões mais importantes para eles e seus negócios de modo geral. Essa distinção desencadeou algumas diferenças nítidas.

Os principais investimentos de negócios em 2013, por exemplo, foram destinados para análise e inteligência de negócios – também a principal preocupação do CIO – seguidos por software de gestão de relacionamento com o cliente, computação em nuvem e aplicações de recursos de planejamento da empresa. Quando o assunto foi segurança da informação, segunda maior preocupação eleita pelos CIOs, ela ficou apenas na 14º posição em gastos. Da mesma forma, a recuperação de desastres foi o terceira maior preocupação dos CIOs, mas apenas em 11º lugar nos gastos de TI.

Kappelman disse que, embora a diferença na importância da segurança e recuperação de desastres pode parecer alarmante, isso faz sentido. “Para TI, essas são apostas da mesa. Eu não posso falar sobre estratégia, inovação, ou qualquer coisa assim, se eu não estou seguro ou não tem continuidade, ou se algum problema surge. Você esperaria [da segurança] que fosse uma grande prioridade para a TI, porque se algum problema acontece, eles perdem o seu trabalho. A mesma coisa em caso de recuperação de desastres ou se um servidor cair: o negócio não pode ser interrompido”

O estudo também aponta que a TI prioriza projetos de tecnologia que oferecem mais custo benefício. “Você vê coisas como arquitetura corporativa e integração como muito importantes para a TI porque definitivamente é possível tornar a TI mais ágil e ajudar a economizar dinheiro. Assim, mesmo que não sejam um grande gasto, é importante certificar que esses pontos estejam estáveis porque, indiretamente, eles ajudam o negócio.

Embora os resultados sejam uma boa notícia tanto para profissionais de TI e CIOs, trazendo para eles um foco mais em negócios, outras conclusões também levantam questões a respeito da sustentabilidade dos atuais níveis de investimento em hardware e software pelas empresas. Estudos anteriores da SIM – especialmente em 2009 e 2010 – mostraram uma porcentagem relativamente baixa do orçamento de TI que estava sendo investida em produtos e serviços, enquanto o valor mais alto era destinado para salários. Kappelman diz que era de se esperar, pois, quando os tempos estão difíceis, as empresas podem optar por não substituir o hardware, mas preferem não cortar seus funcionários de TI.

Atualmente, no entanto, o percentual do orçamento de TI investido em produtos e serviços subiu. “Estamos em um ponto ideal para emprego e investimento”, conclui o especialista que conduziu a pesquisa. “Eu não sei exatamente qual vai ser o desdobramento disso, mas eu acho que estamos em um período atrativo, o que é bom para os fornecedores. Mas, ao mesmo tempo, eu não acho que isso vai durar, resta esperar.”


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FONTE: CorpTV

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