A IT Data, em parceria com o Instituto Sem Fronteiras, realizou um estudo para identificar os impactos da crise econômica mundial nos investimentos de TI este ano. Foram entrevistados 860 responsáveis pela área de informática nas empresas de grande, médio e pequeno porte.
Apenas 34% dos entrevistados afirmaram que até o momento não houve nenhuma interferência nos investimentos programados para este ano, 49% mencionaram que houve alguma alteração e 17% que foram muito afetados. Os responsáveis pela área de TI gastaram apenas 37% dos investimentos previstos este ano no primeiro semestre. Alguns segmentos como indústria, agronegócio e governo puxaram para baixo este percentual.
Apesar de os orçamentos previstos para este ano terem crescido entre 8% e 9% nas empresas, alguns fatores interferiram na capacidade de novos investimentos. O valor do dólar subiu de R$ 1,76 no começo do ano para acima de R$ 2 em setembro. Isto representa 15% de aumento. Como os preços de hardware e software possuem forte influência do dólar, a capacidade de compra das empresas foi reduzida.
Com relação às medidas que os responsáveis pela área de informática estão tomando, 1% dos entrevistados mencionaram redução de quadro de funcionários da área de TI. Porém, 21% cancelaram ou adiaram novos investimentos e outros 29% estão renegociando contratos com fornecedores.
Esta movimentação é facilmente explicada, afirma Ivair Rodrigues, diretor da IT Data. As empresas estão tendo que lidar com a falta de mão-de-obra qualificada. Houve um aumento dos salários acima da inflação, principalmente nos últimos 2 anos. O corte de funcionários é a última alternativa das empresas, diz. Mas este aumento da folha de pagamento interfere na capacidade de investimentos. Em 2011, 48% do orçamento de TI das companhias eram destinados a despesas internas (mão-de-obra, despesas administrativas etc) e 52% a investimentos. Este ano, o quadro foi o oposto: 52% destinam-se a despesas internas e 48% a investimentos.
Este quadro vem impactando os fornecedores de informática, que estão obtendo resultados abaixo do esperado este ano. Os fornecedores de hardware, que já estavam trabalhando com margens muito baixas, não conseguiram absorver a alta do dólar e tiveram que repassar o aumento de custos.
Os fornecedores de serviços estão tendo que renegociar contratos devido a limitação do orçamento de seus clientes. Eles também estão sofrendo com a falta de mão-de-obra.
Há uma perspectiva melhor dos investimentos neste segundo semestre, mas isto vai depender da melhoria do quadro econômico e as perspectivas para 2013, afirma Tatiane Ramos, gerente de pesquisas do Instituto Sem Fronteiras.
FONTE: CorpTV
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