O Home Office, escritório em casa, ainda é uma modalidade de trabalho pouco comum no Brasil. Aqui, em recente pesquisa realizada pela Hays, empresa especializada em recrutamento e seleção, apenas 30% de instituições pesquisadas adotam a prática, que é muito comum em outros países.
Em lugares como Estados Unidos há várias empresas que já utilizam o sistema de trabalho em home office, que está previsto em legislação e pode ser vantajoso tanto para a empresa quanto o empregado. Os resultados são animadores e têm impulsionado outras empresas neste caminho.
Trabalho em casa requer disciplina
Especialistas enfatizam que a escolha pelo trabalho em casa requer disciplina do trabalhador para cumprir horários e se dedicar ao trabalho. O resultado pode ser mais qualidade de vida, autonomia, além da possibilidade da adotar um ritmo próprio de trabalho. O empregador também ganha já que terá diminuição em seus custos, mas é preciso dar apoio ao trabalhador para que ele não se sinta isolado ou esquecido.
“Disciplina é a palavra de ordem. Objetividade e comunicação também. O ideal é fazer uma reunião com os familiares e explicar como será o trabalho e que, em determinado horário estará a serviço da empresa e indisponível para questões familiares”, ensina o coach e neurocientista do Instituto Brasileiro de Gestão Avançada, Aguilar Pinheiro. O melhor, segundo o especialista, é estabelecer normas e protocolos, inclusive sobre a presença de cachorros e crianças pequenas próximas ao home office.
Em casa com profissionalismo
As vantagens de trabalhar em casa são muitas, mas nada de achar que o trabalho em home office elimina responsabilidades relacionadas à produtividade e qualidade de trabalho. Um exemplo clássico é como o profissional deve se arrumar para trabalhar em casa. Nada de informalidade demais já que, segundo Pinheiro, ficar de roupão, bermuda e pantufas pode passar a mensagem ao cérebro de que se está de férias.
“É preciso separar o campo familiar do profissional. Além disso, também é indicado ter a mesma postura com contatos e agir como se estivesse na empresa”, afirma.
A boa nova com o home office é que não existirá mais o estresse do trânsito e o tumulto dos grandes centros, proporcionando maior qualidade de vida. Sob o aspecto negativo, pode-se citar o sentimento de isolamento que o empregado está sujeito, pois não terá mais contato constante com os colegas de trabalho, além do excesso de horas de trabalho, esquecendo-se dos familiares para se dedicar às atividades profissionais.
Logística para o trabalho em home office
Para o professor de administração de recursos humanos da IBS/FGV, Marcelo Rocha, se por um lado há a diminuição de custos para o empregador, que não terá a presença física do empregado dentro da empresa, há outros aspectos que devem ser considerados. “É importante que a empresa dê o suporte necessário para que o seu empregado execute as atividades fora do ambiente de trabalho e isso significa custos como, por exemplo, a disponibilidade de uma internet de banda larga na residência do empregado, softwares de conectividade com a empresa, antivírus etc”, observa Rocha.
Como a prática é pouco utilizada em nosso país, o especialista da IBS/FGV destaca que é preciso fazer um contrato bem redigido e que preveja todas as questões trabalhistas envolvidas para que não cause prejuízos à empresa e ao empregado. Em relação ao trabalhador, deve ser feita uma análise conjunto com a empresa para avaliar as questões dos custos e dos benefícios. “É preciso avaliar as questões dos custos e dos benefícios, como qualidade de vida, por exemplo, e o que esta mudança poderá proporcionar. Além, é claro, de analisar cuidadosamente os aspectos inerentes à atividade da pessoa, uma vez que nem toda função permite esta “flexibilidade’”, afirma Marcelo Rocha.
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FONTE: CorpTV
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