Nesta semana, o Facebook Brasil vai lançar um guia com 10 boas práticas para marca na plataforma. O objetivo é ajudar agências e empresas de todos os portes a gerar resultados de negócio usando a rede social, que possui hoje 83 milhões de usuários ativos por mês no país.
Desenvolvido pela Creative Shop, divisão de criação do Facebook Brasil, o manual traz 10 recomendações centrais, todas apresentadas por meio de uma afirmação e ilustradas com cases nacionais e estrangeiros. “Peço que questionem esta lista, que duvidem de mim. Testem, meçam resultados e, se algo não estiver dando certo, sejam ágeis: mudem”, disse o estrategista criativo da rede social Cris Dias à Proxxima.
“Move fast” (Mova-se rapidamente) é sua resposta para a pergunta que está na cabeça de todos os gestores atualmente: qual será o futuro das marcas no Facebook? O alcance orgânico na plataforma caiu, o mercado sentiu o golpe e reclamou. “As marcas terão de pagar para aparecer no Facebook, como em qualquer outra mídia”, afirmou Dias. “Mas, mesmo pagando, se não criarem um conteúdo excelente, não vão atingir 83 milhões de pessoas. Os usuários simplesmente irão ignorá-las.”
De acordo com o Facebook, de um ano para cá, 50% a mais de páginas foram curtidas no mundo. E a concorrência pela atenção do usuário só vai aumentar, projeta o estrategista: “a cada dia, as pessoas fazem mais amigos e curtem mais páginas na rede. A quantidade de tempo passado no Facebook não vai acompanhar esse crescimento.”
Ele também ressaltou que mais da metade do tempo destinado à plataforma acontece no news feed – este deve ser, portanto, o principal ringue de toda estratégia de marca.
Uma marca é um ponto de vista: “Não tente agradar todo mundo. Quando uso uma camiseta da Nike ou um celular da Apple, as pessoas olham e entendem o que eu quero transmitir sobre mim. Dove, por exemplo, é a marca que enaltece a beleza interior da mulher. Por isso, todos os posts de Dove devem ressaltar esse ponto de vista”.
Conte histórias, não apenas fatos: “Ninguém pega o celular antes de dormir e assim que acorda por causa de marcas. No news feed, as marcas competem com histórias reais, com amigos e família. Mas a boa publicidade sempre soube contar boas histórias e, no Facebook, não é diferente. Certas coisas nunca mudam”.
Gatos: use apenas se você vende ração para eles: “As marcas não estão no Facebook para ganhar likes, e sim para gerar resultados de negócio. Todo mundo faz post baseado em datas especiais, mas todo dia do ano é dia de alguma coisa. Faça apenas se a data for importante para a sua marca ou crie uma nova data comemorativa”.
Explore o poder das imagens: “Isso é essencial. Além disso, nunca faça um banner no Facebook – é o pior tipo de banner que existe, porque ele nem se mexe. Ao longo do tempo, nós fomos treinados para ignorar banners, e nosso algoritmo penaliza gravemente quem é marcado com um "Não quero mais ver isto". Faça uma imagem linda, marcante, ou invista em fotos que seus amigos poderiam ter feito. Ben & Jerry faz isso com consistência e muito bem”.
Textos curtos: “Um estudo mostrou que o post de uma pessoa comum tem, em média, 16 palavras. O post mais compartilhado da história, comemorando a reeleição de Barack Obama, trazia uma imagem maravilhosa, que a equipe guardou para aquele momento, e apenas três palavras: "Four more years" [Mais quatro anos]. É legal deixar espaço para a imaginação”.
Mobile ready? Mobile best: “Hoje, o Facebook tem 58 milhões de usuários ativos mensais em mobile no Brasil. Mas as marcas devem pensar no device usado, porque nosso algoritmo também decide se vai mostrar algo ou não pelo por ele. Em feature phone, não dá para mostrar imagem. Sugiro ainda fazer vídeos nativos – eles têm alta taxa de play. Se você jogar o cara para fora, ele pode ter de pagar para ver o vídeo. Também recomendo segmentar post: por exemplo, só quero exibir para quem estiver no Wi-Fi”.
Criador e curador de conteúdo: “Não se trata apenas de criar conteúdo. Muitas marcas fazem um ótimo trabalho de curadoria, com uma equipe que procura e edita histórias de pessoas reais envolvendo a marca. O Instagram de Coca-Cola é só curadoria, é 100% feito por consumidores”.
Consistência, consistência, consistência: “Não conte uma história apenas uma vez. Seja consistente, senão a mensagem não fixa. Harley Davidson sempre coloca uma mulher em suas imagens, e vai repetindo aquilo. Desse jeito, a mensagem que ela quer passar acaba entrando no imaginário dos consumidores”.
Arte + ciência: “Numa plataforma tecnológica, você pode usar as ferramentas disponíveis para entender o seu público. Também pode testar, entre poucas pessoas, qual post causa mais impacto. Só mudar as cores usadas já faz toda a diferença: para vender mais, os players de e-commerce fazem testes o tempo todo. E, é claro, você deve segmentar os seus posts. O X-Tudo da Rocinha não tem verba para anunciar na Globo, mas pode impactar toda a sua comunidade com um bom conteúdo no Facebook”.
Entregue o conteúdo certo às pessoas certas: “É errado falar com 83 milhões de pessoas do mesmo jeito. Nessa plataforma, você pode falar para nichos ou fatiar o seu público. As mães não são todas iguais: um post para uma mãe de bebê deve ser totalmente diferente de um post para a mãe de uma criança de até três anos. E para mãe de adolescente, mais ainda! Fatiando a audiência, também é mais fácil deixar o usuário com aquela sensação: "Este post foi feito para mim!", o que é excelente para a marca”.
FONTE: CorpTV