Autor: Henrique von A. Amaral
Estamos vivendo a era que tem apresentado a maior mudança das sociedades desde que o homem dominou o fogo. Impossível não ver essa mudança acontecendo a cada segundo. Um novo fenômeno conhecido como CAMS - sigla para “Cloud, Analytics, Mobile e Social” - tem favorecido o surgimento de novos modelos de negócios. Mas, como isso ocorre?
Abro este texto com um questionamento que explicarei mais para frente, levando em consideração este novo cenário: Por que os hotéis de Nova Iorque estão tão preocupados?
Vamos começar pelo Social. A ação de se relacionar com o próximo hoje em dia está fortemente embasada nas conhecidas redes sociais. Hoje conseguimos reencontrar nossos colegas de colégio primário que moram em outra cidade pela internet.
Recentemente descobri que minha vizinha de infância em Ipatinga mora no Canadá, é casada e tem dois filhos. Descobri também que, enquanto estamos assando no verão brasileiro, ela não pode sair de casa por conta do frio. As redes sociais se multiplicam.
Existem redes de puro relacionamento social corriqueiro, redes de relacionamento profissional, redes de informação e notícias, entre outras. Essas redes criaram um novo canal muito importante para as empresas. É uma nova porta pela qual as empresas podem se diferenciar diante de seus clientes. Conseguir participar ativamente dessas redes pode ser a diferença entre sucesso e fracasso para um negócio.
Colocando uma pitada adicional de tecnologia, é importante lembrar que estamos na era Pós-PC. [Pausa para uma sábia constatação: empresas de TI visionárias saíram deste mercado há quase uma década. Tiro estratégico e certeiro.] Em junho de 2007 foi anunciado o iPhone, primeiro smartphone que revolucionou o mercado, em seguida vieram os baseados em Android. Hoje em dia, a porta principal entre o ser humano e a vida conectada é o smartphone.
O smartphone se conecta à internet e pode enviar qualquer mídia: arquivos, mensagens, fotos, vídeos, localização geográfica… E vem mais por aí. O smartphone somado às redes sociais cria novos sistemas de engajamento. Possibilita que pessoas interajam entre si de forma nunca antes imaginada. É nessa interação que estão surgindo novas oportunidades de negócios que quebram paradigmas e podem levar modelos tradicionais de negócios à bancarrota. Falo mais sobre isso em breve, antes preciso colocar mais tempero nesse molho.
Analytics. Todo e qualquer novo negócio precisa estar totalmente preparado para lidar com grandes quantidades de dados, em sua maioria, desestruturados. É senso comum de que os dados são o ouro do século XXI, e Analytics é o minerador. Quem consegue buscar, tratar e tirar insight dos dados vai ter poder imbatível nos novos sistemas de engajamento, ou seja, em Social+Mobile. Analytics é higiênico hoje em dia. Eu, como consumidor, não suporto acessos ou engajamentos errados relacionados a mim. Mensagem errada e na hora errada é morte para uma empresa em minha opinião.
Última pitada, mas não menos importante, é a tecnologia de Cloud. Essa tecnologia existe hoje devido à evolução que as funcionalidades dos grandes servidores empresariais alcançaram. Em um momento o servidor pode ser dividido em vários servidores. Em outro momento, os aplicativos (iguais àqueles que estão no seu smartphone) puderam mover de um servidor a outro, crescer, diminuir, crescer novamente e, até, se auto-multiplicar em vários servidores.
A capacidade de o aplicativo funcionar a distância como um serviço (SaaS) se juntou a isso e foi possível criar nuvens de serviços de TI. Essas nuvens são capazes de entregar serviços de TI muito rapidamente a preços bastante acessíveis, o que torna qualquer sonhador com uma ideia boa e força de vontade em um possível grande empreendedor.
Pronto! CAMS! Cloud, Analytics, Mobile and Social. Mas e os hotéis de Nova Iorque, o que têm a ver com isso? Tudo! Nas grandes universidades de negócios hoje em dia só se fala em novidades de designs de negócios seguindo novas tendências, e a que mais me atrai é de consumo colaborativo.
CAMS é o caminho já percorrido por empresas que colocaram frente a frente pessoas que nunca iriam se conhecer. Quando pessoas interessadas em colaborar entre si se unem, surgem novos modelos de negócio.
É o caso da AirBnB. Em seu site o slogan é convidativo: “Ache um lugar para ficar. Alugue de pessoas em mais de 34 mil cidades em 192 países”. Trata-se de um serviço no qual você pode ser o host de um estrangeiro, alugando sua casa ou, até mesmo, um quarto.
Encontram-se disponíveis para alugar todo tipo de imóveis, desde apartamento em Manhattan no Upper East Side em frente ao Central Park, até uma casa na árvore no Reino Unido. O site provê segurança às duas partes, tanto ao visitante quanto ao anfitrião. Os preços são muito mais convidativos que os da rede de hotelaria. A experiência provida ao viajante é mais imersiva, permitindo que conheça o dia-a-dia da cidade mais facilmente.
A AirBnB interage com seus clientes através de dispositivos móveis. Seu sistema é uma rede social própria que faz análise de dados para indicar novas experiências de viagens. O AirBnB tem criado uma grande controvérsia, principalmente com a rede hoteleira de Nova Iorque. Estes dizem que é concorrência desleal. A AirBnB se justifica, dizendo ser um novo modelo de negócios. O fato é que não tem mais volta. O mundo mudou, e a cada segundo tem uma nova ideia surgindo, que se baseará em novos sistemas de engajamento e que destruirá modelos de negócios que não se reinventarem.
A boa notícia para as empresas já estabelecidas é que estamos no início desta nova onda. Há tempo para redesenhar processos, reestruturar modelos de negócios e surfar alto nesta onda.
FONTE: CorpTV
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