A análise de sistemas na construção de softwares
Quando se fala em desenvolvimento de softwares, para quem tem bons conhecimentos de programação (ou não), é simples dizer a palavra “mágica” que quase sempre já está na ponta da língua: “Eu tenho a solução!”, afirmam. Contudo, isso é um grande equívoco que profissionais/empresas cometem.
O que alguns profissionais não entendem é que nem sempre o cliente sabe o que quer ou nem sempre consegue expressar o que pensa. E em muitos casos, expressam totalmente o contrário do que realmente queriam passar. É fácil entender isso, levando em consideração pontos tais como: falta de conhecimento de tendências, falta de sensibilidade, falta de conhecimento técnico, entre outros fatores que podemos enumerar. E, consequentemente, há um gasto excessivo de investimento e mão de obra e frustrações dos dois lados são inevitáveis.
É provável que você já deve ter se deparado com vários casos parecidos. Na prática, é bem comum no início do projeto uma conversa informal com o cliente e depois de quase tudo pronto ele dizer que não era bem aquilo que se esperava. Outro caso, é a mudança contínua das iterações do projeto para atender ao nível “alto” de satisfação do cliente (que nunca está satisfeito).
A verdade sobre esses fatores são muitas. A começar pelo preço de custo/benefício, “tempo” e a pressão dos gestores em sua equipe para construírem softwares com tempo cada vez menor, e, contudo, a falta de planejamento sério e de chegar a um nível maduro de entendimento do que realmente o cliente espera do produto final.
Conseguir bons requisitos não é tarefa fácil, e, nem tão pouco, empresas estão interessadas em investir neste tipo de profissional. Investir neste processo, gasta-se um tempo de planejamento, mas algo necessário, ou seja, levando-se pelo ponto de vista maduro, é algo que se ganha lá na frente da iteração do projeto.
Estudos indicam que requisitos detectados depois do software implementado ou erros em sua análise são até 20 vezes mais caros de se corrigir que qualquer outro tipo de erro. A ilustração abaixo mostra a realidade na construção de softwares e podemos até dizer (desconsiderando alguns passos) que em determinados tipos de serviços mais informais, isso também acontece.
Essa é uma realidade não apenas no desenvolvimento de softwares, mas é algo corriqueiro e que acontece em nosso cotidiano. Para isso, basta precisarmos de um serviço específico de uma determinada área que desconhecemos, um tipo de conserto de um aparelho, etc. Nestas situações, recebemos muitas opiniões e “conselhos” do que realmente não se deve fazer. Mas, em alguns casos, encontramos algum bom profissional que realmente está atento a nossa necessidade e provê uma solução ao problema.
“Um bom profissional sabe comunicar o seu jargão técnico com o jargão informal do seu cliente.”
Outro ponto que alguns profissionais (mesmo os melhores) não entendem, é o fato que o cliente não é obrigado a saber/entender de um determinado assunto ou uma necessidade. Isso eu chamo de visão, ou seja, alguns profissionais têm (e conquistam o cliente), outros não. Saliento a importância em dar à atenção ao cliente e se dedicar em ouvir sua história de forma a entender o que ele quer e para que ele quer.
Especificamente falando de softwares, a análise é fundamental, pois em sua construção, um dos maiores desafios no desenvolvimento é o da construção do sistema certo, que preencha as necessidades dos usuários a um preço razoável. E para que isso aconteça, é preciso atingir boa comunicação e boa compreensão do mundo dos usuários (é onde entra a Análise de Sistemas). Este artigo é uma abordagem bem superficial de uma análise de softwares, onde há várias iterações, bem como sua documentação, no qual a documentação dos requisitos e de casos de uso é uma forma “contratual” entre a equipe de desenvolvimento e o cliente a respeito do software que será desenvolvido. Mas, o artigo aborda um ponto de vista que se deve ter na hora de construir software de qualidade.
Por outro lado, posso afirmar que o grande desafio do analista não se limita apenas em implementar melhores soluções tecnológicas, mas sim em mudar a cultura de uma empresa. Estudar, se dedicar e se especializar no que faz é parte da vida do profissional, mas, saber lidar com essas situações divergentes é o que faz o grande diferencial do profissional e o sucesso no que se faz.
FONTE: CorpTV
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