Computex 2012: 7 tendências apresentadas na feira e uma tecnologia disruptiva
Enfim, chegou ao fim a Computex 2012. Em entrevista coletiva de encerramento das atividades, Walter Yeh, vice-presidente executivo do Conselho de Fomento ao Comércio Exterior de Taiwan (Taitra),que organiza o evento, confirmou os números previstos: cerca de 130 mil pessoas visitaram a 32ª. edição do encontro, dos quais quase 36 mil de outros países.
“Este ano vimos uma nova geração de dispositivos móveis e ultrabooks atingindo o mercado. Esses dispositivos são mais compactos, rápidos, com tela sensível ao toque e possuem Windows 8”, comentou Yeh. Com essa introdução, inicio a lista com as tendências vistas na feira. Fica difícil elencar as principais de forma separada, porque elas são convergentes, afinal. Mas, abaixo, vai a tentativa de organizar todas as sete em tópicos, seguidas por uma tecnologia disruptiva.
- Tudo junto na nuvem. Integração foi um recado claro. Além de Asus e Acer fortalecerem seus serviços de cloud computing, apresentados durante a Computer Electronics Show (CES 2012), a Samsung aposta na tecnologia All Shared Play. Quanto mais fácil, melhor.
- Windows 8 é o rei. Que o sistema operacional da Microsoft domina o mercado de computadores não é novidade. Mas até então o Android, do Google, reinava quase que absoluto entre os dispositivos móveis não-Apple. Agora, com a proximidade do lançamento do Windows RT (a versão da plataforma voltada para chips ARM), os principais lançamentos de empresas como Asus, Acer e MSI tinham esta tecnologia embarcada. Isso indica uma forte tendência em torno da experiência integrada que o uso de apenas um sistema traz para o usuário. E como a interface de usuário do Windows 8, o Metro, é completamente amigável ao ambiente de toque (especialmente por conta dos seus Tiles, os blocos), vemos…
- …a morte anunciada da tela convencional. Isso não é somente por causa do Windows 8, mas por uma evolução do próprio mercado. Como a palavra de ordem é interatividade, não faz muito sentido interagir com o computador apenas por meio do teclado e do mouse. O futuro da tecnologia é touch. As telas dos ultrabooks e computadores híbridos são naturalmente touch, para dar conta do uso quando o produto é convertido em um tablet, mas a experiência que isso traz faz com que o usuário mude sua forma de viver com a tecnologia.Em alguns estandes da feira, por exemplo, havia ultrabooks com Windows 8 sem a tela sensível ao toque. As pessoas se aproximavam para conhecer o produto e, a primeira coisa que faziam, era pressionar os Tiles do Metro para começar a navegar. Quando nada acontecia, viravam as costas para procurar algum dispositivo que lhe desse essa experiência. Inclusive, também durante a Computex, a Microsoft apresentou um protótipo da Corning, produtora do Gorilla Glass, de um vidro flexível. A área de vidro, na visão da empresa, é onde mais haverá inovação daqui para frente. Concordo.
- Android vive. Não é porque o Windows isso que o Android perdeu o seu valor. Vejamos o exemplo do Transformer AiO (All-in-One), da Asus. Com tela de 18,4 polegadas multitoque com capacidade para até dez interações simultâneas, tem processador Intel e, quando desconectado do dock station, torna-se um tablet gigante. O equipamento roda Windows 8, mas roda também Android em modo dual-boot. Mas ficou claro nas apresentações que o sistema operacional do Google, ao menos agora que o Windows 8 está na moda, está relegado a ser sucesso entre os tablets sem marca muito conhecida. Produções taiwanesas e chinesas de tablets mais baratos, com preço em torno de US$ 50, já utilizam a versão mais recente do sistema, o Ice Cream Sandwich, em seus produtos. Windows 8 nem se faz uma opção para esse público, ao menos por enquanto.
- Ultrabooks, agora sim. Assim como ocorreu na CES 2012, esta nova classe de computadores, fabricadas com uma nova classe de materiais, foi destaque na Computex 2012. Com capacidade touchscreen (nenhum consumidor gastaria US$ 1,5 mil em um dispositivo com tela convencional, vide item 3) e melhor usabilidade, o produto é uma tendência sem volta, e muitos modelos devem despontar entre o mercado internacional e nacional ao final de 2012 e começo de 2013. Aqui vale o exemplo do ultrabook X, 11 da Gigabyte. Completamente feito de fibra de carbono, que é seis vezes mais resistente que o alumínio, ele é extremamente leve: pesa apenas 975 gramas. Sua espessura vai de 1,65 cm na parte traseira a 0,3 cm na frente. O produto deve chegar ao mercado em julho nos Estados Unidos valendo até US$ 1,3 mil. Para o Brasil, estima-se que o lançamento seja no último trimestre, mas a fabricante ainda está em discussão com distribuidores locais.
- Somos mimados, queremos tudo. O ultrabook é realmente uma evolução do hardware. Mas além disso, o recado da Computex 2012 foi muito claro: as classes de produtos não precisam ser tão bem divididas assim. O híbrido é o novo preto, para usar um chavão de moda. All-in-ones e ultrabooks serão convertidos em tablets, dependendo do uso que a pessoa precisar para o momento. O consumidor não precisará comprar um tablet e um notebook, ou um tablet e um ultrabook. Ele pode ter os dois produtos. Exemplos como este são o Slide S20, da MSI. Para transformar o ultrabook em um tablet, é preciso deslizar sua tela sobre o teclado. E este é apenas um exemplo.
- Digital Sinage interativa. E como telas e toques ditam o futuro, os totens de Digital Sinage tiveram seu espaço no evento. Muitos exemplos de telas interativas foram apresentados, mas um movimento igualmente interessante ganhou força: os interativos. Além de a pessoa obter informações clicando no que deseja, as telas já sentem sua presença e iniciam o atendimento, que pode ser uma consultoria sobre localização ou até mesmo um anúncio publicitário. O Kinect para Windows, por exemplo, pode ser um bom exemplo. Extremamente útil para locais de grande movimento, como metrôs, pontos turísticos, shoppings, etc…
Este próximo item não entra em tendência, mas muito mais em uma tecnologia que tem tudo para ser extremamente disruptiva.
- Mas o que me chamou a atenção mesmo. Apesar de tudo isso, nada chamou tanto a atenção quanto um sensor que controle o PC com o olhar. Não que seja extramente viajada de feiras, que conheça tudo de tecnologia, nem nada, mas nunca vi algo do tipo. Criado pela taiwanesa Utechzone em 2009, o sensor que capta movimentos do glóbulo ocular e retransmite como ordens ao PC custa cerca de US$ 15 mil.
FONTE: CorpTV
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