sexta-feira, 18 de maio de 2012

Artigo: O fantástico 4G



São 5 horas da tarde. Você sabe quantos dados os apps do seu smartphone estão sugando na atmosfera? Provavelmente, 10 megabytes por hora no mínimo, e pode ser até 115 MB/h, de acordo com estudo recente da empresa britânica Virgin Media Business. Em outras palavras, dependendo da finalidade com que você está usando o aparelho, seu smartphone ou tablet pode estar consumido – ou, o mais provável, se esforçando, mas falhando em consumir – uma quantidade de dados equivalente a 100 livros de tamanho médio por hora.


Se você está em uma rede 3G, meus pêsames. Mas anime-se: 4G já deve estar chegando a uma torre de celular próxima a você, se ainda não chegou. Com uma conformidade rara em tecnologia – especialmente em telefonia, sempre de difícil controle – as operadoras globais de tecnologias sem fio estão se alinhando ao padrão 4G chamado LTE, que significa Evolução de Longo Prazo (Long Term Evolution, em inglês). De acordo com a empresa de pesquisa de mercado iSuppli Corp., o número de assinantes 4G LTE irá crescer 400% este ano e cerca de 10% dos assinantes globais de tecnologias sem fio vão ter conexões LTE em 2015.


As redes LTE de hoje oferecem taxas de transferências de dados dez vezes maiores que o 3G, ao fazerem uso mais eficiente do alcance do espectro de rádio. Basicamente, 4G LTE pode atender, mesmo que por um limite de tempo, à crescente demanda por dados de smartphones cada vez mais sofisticados.


“A maioria dos smartphones já pode acomodar dados a taxas superiores à capacidade das redes”, afirma Paul Kapustka, de Sidecut Reports, serviço que analisa as tecnologias empregadas pelas operadoras. Desse modo, telefones de banda larga vão levar as suas redes sem fio à morte. Os fabricantes de equipamentos de telecomunicações, como Alcatel-Lucent e Ericsson, convenceram os operadores de rede ao redor do mundo que LTE é a tecnologia que vai manter suas redes se movimentando rapidamente.


A Associação Global de Operadoras Móveis (GMSA), que reúne operadoras móveis do mundo todo, relata que as redes 4G estão sendo construídas por 280 operadoras em 90 países, e dezenas dessas redes estarão em operação em 2012. É fácil perceber por quê. Cada vez mais, as pessoas estão usando telefones e tablets para streaming de músicas, filmes e shows de televisão; acessar as redes sociais; realizar chamadas de vídeo de mão dupla, e até fazer consultas médicas virtuais. Todos esses recursos da banda larga são mais confiáveis e divertidos de serem explorados com LTE. Em apenas um ano desde que a empresa sueca de telecomunicação TeliaSonera lançou a rede 4G, a média mensal de download subiu de um total de cerca de 3 Gigabytes para 15 GB. LTE é rápido o bastante para suportar atributos como vídeo de alta definição. Em razão disso, Phil Solis, diretor de pesquisa de redes móveis da ABI Research, prevê um aumento agudo neste ano no número de usuários de serviços de chamadas de vídeos, como Skype, FaceTime e Fring.


Redes LTE não são todas iguais, mas os recentes lançamentos estão mais que atendendo às necessidades dos usuários com um aumento de dez vezes da velocidade em relação ao 3G. Na Austrália, a média das conexões 3G é de apenas 2 megabits por segundo, informa Mike Wright, diretor executivo de Redes & Tecnologias de Acesso da Telstra. Quando a Telstra, maior empresa de telecomunicações do país, lançou a rede 4G em 2011, a velocidade média de download subiu para 20 Mb/s. Em Dallas, entre Abril e Outubro de 2011, Verizon lançou uma nova rede LTE e verificou um salto de 0,75 Mb/s a uma velocidade entre 11 e 14 Mb/s, de acordo com analistas de dados da RootMetrics. Trata-se de aproximadamente o dobro da velocidade disponível à maioria dos americanos por meio dos serviços de banda larga (cabo e DSL).


Essas são boas notícias para milhões de pessoas que usam as conexões dos celulares para acessar a Web. E as boas notícias não param por aí. Conexões móveis em velocidades 4G estão sobrecarregando também plataformas antigas: 40% dos dispositivos de consumo 4G atuais são roteadores que trazem a internet a um ou mais computadores e 25% são dongles para computadores laptops.


LTE e 4G nem sempre foram a mesma coisa. Antes, LTE era um dos dois padrões comercializados como 4G. Entretanto, decisões no ano passado acabaram por, praticamente, excluir o WiMax, que competia com o LTE. A operadora norte-americana Sprint, que inicialmente implantou o WiMax, irá construir um rede LTE separada neste ano. Apesar do serviço WiMax da empresa ainda permanecer por um tempo, ninguém espera que seja uma solução de longo prazo. O triunfo do LTE é ainda mais notável, tendo em vista que o WiMax foi iniciado primeiro.


***O artigo foi originalmente publicado na IEEE Spectrum em Janeiro, 2012


FONTE: CorpTV


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