segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sério, você precisa pensar sobre o IPv6

É difícil prever com exatidão por quanto tempo o estoque de endereços IPV4 ainda estará disponível. E entre os usuário, muitos gestores de TI não enxergam a lógica de investir tempo e dinheiro no desenvolvimento de IPv6 o quanto antes, desconsiderando o conselho dos gestores de tabelas de endereços IPV4 em todo o mundo é que fariam melhor se não deixassem a migração para a última hora. Esperar até o último minuto, afirmam, vai acarretar investimentos urgentes em atualização de equipamentos e transformar o que poderia ser um incremento na funcionalidade dos negócios em um pesadelo da modernidade.

Assim que o IPv6 começar a funcionar, mesmo as pequenas empresas terão que estar prontas em termos de software e equipamento. E estar pronto é tarefa a ser levada a sério. Vai garantir que tarefas essenciais atreladas ao funcionamento da web não sofram o risco de lentidão e paradas repentinas. Esse trabalho também dará oportunidade, às companhias, de negociar a compra de soluções agora, de maneira planejada e com margem para preços melhores; melhor que ter de comprar “já, pelo amor de Deus, não importa o preço”.

Há algumas perguntas básicas que você vai querer considerar ao planejar a migração da sua organização para o IPv6.

Você tem a habilidade em casa para fazer a mudança para o IPv6? Acima de tudo, o IPv6 tem uma mentalidade diferente de implementação à do IPv4. Muitas das lições para a implementação de uma rede sólida baseada em IPv4 ainda se aplicam, mas muitos outros hábitos não.

Por exemplo, o NAT não terá mais de ser utilizado, e isso simplificará o projeto e o gerenciamento das redes e permitirá suporte a novas aplicações. A possibilidade de conectividade fim a fim, sem o uso de NAT, facilitará a criação de programas de computador que usem a Internet para se comunicarem. Aplicações como vídeo conferências e voz sobre IP, por exemplo, ficarão bem mais simples e funcionarão melhor.

O pessoal de TI deve ser treinado para lidar com esta nova realidade. Um plano de implantação deve ser elaborado. Alguns equipamentos poderão ter de ser trocados e, em outros, poderão ser necessários upgrades de software. Alguns softwares terão de ser adaptados. Tudo isso envolve custos, inclusive com treinamento da equipe de TI.

Onde você vai conseguir transporte IPv6?
Praticamente todas as operadoras brasileiras já têm clientes operando com IPv6, embora muitas delas ainda não tenham incorporado o protocolo ao seu portfólio de soluções “de prateleira”. Alguns dos provedores maiores já estão fazendo testes de campo em determinadas regiões.

Se você quiser testar o novo protocolo, uma alternativa é usar um serviço gratuito de túneis, chamado de Tunnel Broker, para obter conectividade. Há três opções recomendadas pelo Nic.br.. Os melhores resultados à partir do Brasil são obtidos com o SixXS.

Mas, embora você possa usar túneis IPv4-para-IPv6 para fornecer acesso à Internet IPv6, a melhor solução é ter um handoff IPv6 nativo. Já que o IPv6 foi projetado para operar em paralelo com o IPv4, mas separadamente, você pode ser capaz de implementar o IPv6 de forma provisória, testando a capacidade atual, tornando processo de aprendizagem de como ele pode ser usado muito mais fácil.

Será que os dispositivos de rede o software já suportam IPv6?
De um modo geral, há muito poucos dispositivos de rede em uso em uma rede de empresa moderna que não suportam IPv6. No entanto, suporte básico para o endereçamento IPv6 em hardware e sistemas operacionais de rede não é a única preocupação. Software também pode ser um problema - um monte de software da empresa é escrito usando APIs mais velhas que não são agnósticas à versão do IP. O impacto que isso pode ter pode ser relativamente pequena - quando, por exemplo, o aplicativo precisa funcionar em apenas uma rede interna, onde a conservação do espaço de endereços IPv4 normalmente não é um problema. No entanto, pode ser muito mais grave se o aplicativo precisa atender as solicitações da Internet aberta ou fazer referência a esses endereços internamente.

O IPv6 já vem habilitado por padrão nos sistemas operacionais modernos. Se você têm uma versão atualizada de Windows, Linux, MacOS ou BSD, o IPv6 estará ativado.

Lições do Y2K
Alguns chegam a comparar, com uma pitada de razão, o momento atual, esta situação IPv6 em que nos encontramos hoje, com aquele vivido no ano 2000, com o bug do milênio. Muitas pessoas olham para trás e riem, já que muito do caos alardeado não aconteceu. No entanto, aqueles que estavam trabalhando em empresas - particularmente as maiores, com bases de código desenvolvidos internamente substanciais - vai se lembrar da enorme quantidade de esforço feito para garantir que nada de ruim acontecesse e os sistemas continuassem operando sem interrupções. O não-evento Y2K foi fruto de muito esforço, esforço que parece estar faltando na transição IPv6.

O esgotamento do IPv4 é diferente do susto com o bug do milênio na medida em que não ocorrerá de uma só vez. Mas também não há data certa para quando ele vai chegar à criticidade, ou seja, não há prazo claro para o esgotamento.

O estoque da IANA, o estoque central, já acabou.

Estima-se que esse estoque local de nossa região terminará entre meados de 2013 e meados de 2014.

O final do estoque pode ocorrer em momentos diferentes em cada região.

Pode ser também que redes com determinadas necessidades não possam ser atendidas mesmo que ainda haja IPs no estoque. Por exemplo, no caso de uma rede necessitar de um grande bloco contíguo de IPs: esse pode não estar disponível, mesmo quando ainda houver blocos menores no estoque. Na verdade, as políticas de distribuição dos endereços remanescentes IPv4 estão sendo também discutidas. Conforme as políticas adotadas, a data de término pode ser um pouco adiantada ou postergada.

Sem prazos reais, as coisas fogem do controle.

Então, quais ações urgentes tomar?
1 - Discutir a questão internamente, para que todos tomem conhecimento.

2 - Incentivar o pessoal técnico a aprender sobre o IPv6. Incentivar experimentos internos com IPv6.

3 - Criar uma norma interna, estabelecendo que novos equipamentos ou softwares comprados, ou serviços contratados, devem suportar IPv6. (Cuidado aqui, pois pode não ser suficiente dizer “tem de ter IPv6″… Dependendo de suas necessidades específicas, determinadas funcionalidades do protocolo deverão ter de estar presentes, e podem não ser suportadas por um equipamento que supostamente funcione com IPv6. É preciso, então, conhecer bem tecnicamente o protocolo e as necessidades de sua corporação).

4 - Fazer o planejamento da implantação.

Realidade brasileira
Para debater como a implantação do protocolo IPv6 impactará o dia a dia da Tecnologia da Informação das empresas e trocar experiências com empresários e executivos de TI, o NIC.br realiza nesta terça-feira, 13 de agosto, às 08h30, em São Paulo, o evento IPv6 no Café da Manhã, com o tema IPv6 para gestores de TI.

As empresas que oferecem seus serviços ou produtos diretamente na rede, ou aquelas que colocam parte da sua própria infraestrutura de TI na nuvem, ou ainda aquelas organizações que simplesmente usam a Internet como fonte de informações, todas terão impacto na infraestrutura de TI corporativa com a adoção do IPv6.

“Uma parte dos gestores de TI tem simplesmente ignorado a questão, o que pode gerar problemas e gastos desnecessários no futuro. Este evento tem o objetivo de promover o diálogo com os gestores sobre os pontos de atenção na fase de coexistência e transição entre IPv4 e IPv6”, diz Antonio Moreiras, gerente do projeto IPv6.br.

Moreiras também ressalta a importância de planejar a fase de transição: “Ao comprar novos equipamentos, softwares, ou contratar serviços, é preciso que os responsáveis pela gestão de TI de uma empresa considerem o suporte à nova versão do protocolo IP.


"Como há também implicações na área de segurança e no funcionamento dos websites e outros serviços disponíveis diretamente na Internet, em alguns casos é necessário considerar ações urgentes”, diz.

FONTE: CorpTV

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