terça-feira, 7 de julho de 2015

Banda larga móvel cresce três vezes mais rápida no Brasil do que no restante do mundo


A banda larga móvel no Brasil vem se expandindo em um ritmo três vezes mais acelerado do que o restante do mundo. A constatação pode ser feita com base nos dados do relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT). O documento evidencia o mercado de banda larga móvel no mundo como o segmento mais dinâmico das telecomunicações quando se considera a proporção entre o número de acessos e a população.

Isso porque o estudo da UIT mostra que, nos últimos cinco anos, o número de acessos em banda larga móvel no mundo cresceu quatro vezes, passando de 807 milhões em 2010 para 3,4 bilhões em 2015, conforme a previsão da entidade. Nesse mesmo período, no Brasil, o número de acessos cresceu 12,5 vezes, passando de 14 milhões, em 2010, para 180 milhões em abril de 2015.

O Brasil se destaca também na penetração da banda larga móvel, superando inclusive o índice dos países desenvolvidos, segundo a UIT. Pelo relatório, a média mundial é de 46 acessos por 100 habitantes, subindo para 86,7 nos países desenvolvidos e chegando a 88,2 no Brasil. A cobertura 3G no Brasil também está bem acima da média mundial. Enquanto no mundo 69% da população moram em cidades com cobertura 3G, no Brasil esse índice é de 93% da população.

O Brasil, segundo o estudo, tem 49% de domicílios conectados à internet, volume também superior à média mundial, que é de 46%, e ultrapassando, em muito, a média de países em desenvolvimento (34%). O mesmo ocorre com o índice de usuários de internet, que no Brasil é de 51% da população enquanto a média mundial é de 43%. A média de usuários de internet nos países em desenvolvimento é de 35%.

Mesmo a banda larga fixa, que enfrenta obstáculos geográficos e financeiros para se expandir, apresenta um índice de penetração acima da média mundial e dos países em desenvolvimento, com 12 acessos por grupo de 100 habitantes.

Preço - De acordo com o estudo da UIT, os preços da banda larga praticados no Brasil estão bem abaixo da média dos países de seu grupo, considerados em desenvolvimento. Se levarmos em conta o poder de compra (PPP$), o brasileiro paga pela banda larga fixa apenas 22% do preço médio dos países em desenvolvimento. Nesse grupo de países, o valor médio é 74,50 (PPP$), enquanto no Brasil é 16,60 (PPP$). No caso da banda larga móvel, o preço praticado no Brasil (29,51 PPP$) está em linha com a média mundial (30,10 PPP$) e é 16% menor que a média dos países em desenvolvimento (35,30 PPP$).

Os preços praticados no Brasil têm apresentado queda sistemática nos últimos anos, mesmo diante dos cenários de dificuldades econômicas e redução nas margens de lucro. Qualquer comparação de preços com outros países, no entanto, deve considerar a elevada carga tributária brasileira. Segundo levantamento da consultoria Teleco, os tributos no Brasil representam 43% da receita líquida, quase o dobro do segundo colocado, que é a Argentina (26%) e 14 vezes maior que os da China (3%). No ano passado, foram recolhidos R$ 60 bilhões de reais em tributos, incluindo os fundos setoriais, que não vêm sendo utilizados para a sua finalidade original.

A Telebrasil, por sua vez, entende que é necessária a implantação de políticas públicas que sustentem o crescimento dos próximos anos, estimulem investimentos, garantam a continuidade da expansão dos serviços e a diminuição dos preços para os usuários. Também destaca como essencial o estímulo ao uso de tecnologias da comunicação e da informação por um número cada vez maior de brasileiros e na oferta de serviços públicos, para impulsionar o desenvolvimento, a produtividade e competitividade do País.

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