quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mídias sociais podem pautar o jornalismo?

Autor: Fernando Targa

Tarde de 15 de abril de 2013. Boston, Massachussets. O telejornal local mostra mais um flagrante de violência contra a humanidade! Perto da linha de chegada, em uma grande avenida da cidade americana de Boston, duas bombas explodem, ferindo dezenas de pessoas.

Em questão de minutos, as imagens feitas por um cinegrafista amador são assistidas por milhões de pessoas em todos os cantos do mundo. Nada de créditos a renomados jornalistas, nada de edição em ilhas superequipadas. Instantes depois, emissoras de televisão repetem as imagens incansavelmente. Horas depois das explosões, a prisão dos suspeitos do atentado é noticiada por uma das maiores redes de telejornalismo do planeta e repercute em muitos veículos, agora com imagens aéreas, captadas ao vivo pela equipe de reportagem. Momentos depois, o que era pra ser mais um "furo de reportagem", se mostrou uma enorme "barriga", cometida pela emissora de telejornalismo mais prestigiada do mundo ocidental. Os irmãos suspeitos da autoria do atentado estavam "foragidos", longe de terem sido capturados).

O jornalismo cidadão está em alta, não só em terras americanas, mas por toda parte. Não se produz mais informação sem uso (e às vezes, abuso) de material colhido de forma colaborativa.

STORYFUL EM BUSCA DO CAMINHO
Uma agência de notícias parece ter encontrado um caminho. Baseado em descobrir notícias no meio do “barulho”, os profissionais da Storyful trabalham em dois aspectos básicos: confiar em pessoas e desconfiar em conteúdo.

Mesmo contando com conteúdo extraído das mídias sociais, a agência faz uma investigação minuciosa de como, onde e quando foram capturadas as imagens postadas na rede. Perguntas como “Onde a conta do Twitter de origem da imagem está registrada?”, “se existem outras contas de redes sociais associadas a esse usuário?” e “há quanto tempo elas estão ativas?” são feitas para que o material possa ser validado.

Após descobrir a autenticidade do autor do conteúdo, é hora de investigar o fato, tentar descobrir se há alguma pista que sugira que ele não seja legítimo. Para isso, a investigação é focada em características mais óbvias, como o contexto em que o vídeo foi filmado, se há algo nele que traga alguma possibilidade de falsificação. A Storyful se relaciona com as fontes no Facebook, YouTube, Skype, Twitter e outros meios, compartilhando e interrogando publicamente o conteúdo em um processo colaborativo.

E NO BRASIL?
Dia após dia, uma massa de informação cada vez maior chega ao nosso alcance. Canais informativos são descobertos, alternativas de mídia são compartilhadas e opções são criadas. Tudo por conta da evolução tecnológica que parece não ter fim. O consumidor brasileiro está aprendendo a lidar com a mídia eletrônica cada vez mais diversificada em novos dispositivos móveis, novos formatos de mídia, novas formas de comunicação.

A comunicação brasileira se vê diante de desafios, vide o espaço dado pela mídia tradicional a ‘núcleos independentes’ de disseminação da informação como a Mídia Ninja, por exemplo, que flerta com a ideia de uso de conteúdo das redes sociais para a cobertura de eventos, como aconteceu durante as manifestações públicas no Rio de Janeiro.


Será que estamos nos preparando de forma correta para absorver tudo o que nos espreita? A realidade que está se formando no mercado exterior com empresas como a Storyful vai deixar de ser mera ficção no Brasil?

FONTE: CorpTV

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